22º Encontro - Estudando Geometria a partir do PNAIC
Participantes do dia 21/05/2015: neste encontro estavam presentes: Dora, Alessandra, Karina, Adriana, Luciana, Bianca e Angélica.
Ficamos felizes com o retorno da Adriana e da Bianca! E com a participação da Luciana.
Informei ao grupo sobre o convite para a participação em TDC (Trabalho Docente Coletivo- nomenclatura referente à reunião pedagógica dos professores da Rede Municipal de Campinas) do CEI que trabalho. A orientadora pedagógica da escola interessou-se pelo trabalho do grupo, pois segundo ela, a escola já havia elencado alguns temas para abordar nas reuniões, e a matemática era um deles. Conversamos sobre esta possibilidade e todos que estavam presentes se interessaram em participar, pois seria um momento de partilhar o que estudamos e realizamos em nossas escolas.
Falei também da necessidade em refletir sobre a linguagem matemática com crianças bem pequenas, já que a unidade educacional atende crianças de 0 a 5 anos. Dora, neste momento sugeriu várias possibilidades de trabalho, em que o ponto de partida é o corpo da criança, o lúdico, o movimento e a brincadeira. Neste sentido, abordou a utilização de caixas para que as crianças explorem: entrando, deitando, sentando, enfim explorando as possibilidades de ação do corpo com a caixa.
Conversamos também sobre algumas práticas em sala de aula nas quais crianças são submetidas a treinos motores sem significado, impostos a partir da utilização de apostilas, e que devem ser cumpridas em determinado período de tempo. O grupo se posicionou contra tais práticas, pois a matemática (e as outras linguagens) precisa ser explorada e vivenciada em seus múltiplos aspectos. No caso da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental, precisamos favorecer as ações em que o VER, MANUSEAR, COMPARAR, EXPLORAR tenham espaço primordial em nossas práticas.



Dora fez referência ao texto do PNAIC (caderno 05 sobre Geometria):
Comecemos pensando em uma situação usual na qual um pedreiro pede a um ajudante que lhe alcance alguns objetos que necessita, diz ele: dê-me o tijolo. E o ajudante indaga: qual deles? Ou, ainda, o ajudante indaga: o que é um tijolo? E o pedreiro responde: é isso que está empilhado no seu lado direito! Embora este diálogo seja um tanto inusitado, não é de esperar que algum leitor pense que há uma pilha de tijolos sobre o ombro direito do ajudante. De fato, a maioria dos leitores interpreta que “o seu” lado direito, no diálogo, está se referindo a uma região no espaço que está situada à direita “dele”, do ajudante, e que não está “sobre ele. (PNAIC- 20?, CADERNO 5, p. 7).
Sendo assim, começamos a pensar sobre o vocabulário e compreensão acerca das palavras e seus sentidos para a geometria.
Bianca relatou sua compreensão sobre o trabalho com a lateralidade e mapas e percebemos como a abordagem com a geometria pode ser ampla e diversificada.
Dora enfatizou a necessidade de explorar o corpo como referencial e a Alessandra completou inserindo a ideia de perspectiva. Acreditamos que o trabalho sobre perspectiva é pouco explorado nas aulas de matemática. Neste sentido, Dora sugeriu a utilização dos desenhos como forma de abordagem para este trabalho.
Angélica relatou o trabalho com “croquis” (mapa de sala), que tem realizado com sua turma (ESQUECI O ANO) de ensino fundamental e como este trabalho tem auxiliado as crianças na construção de diversos conceitos relativos à geometria. As crianças discutem periodicamente a organização de seus lugares na sala de aula, desenham, apresentam aos demais colegas da turma e elegem um desenho que será o norteador para uma nova constituição de organização. A professora relatou as dificuldades e avanços que os estudantes demonstraram durante o processo de ensino/aprendizagem.
O grupo achou a escrita deste caderno (caderno 5- geometria), diferente da escrita do caderno estudado anteriormente (caderno 6- grandezas e medidas), pois percebemos uma preocupação maior com a exploração dos conceitos no caderno 5, enquanto o caderno 6 referia-se mais às atividades realizadas com os alunos e relatos destas.
Dora chamou a atenção do grupo para a utilização da agricultura no ensino de geometria, área pouco explorada e que pode atribuir significado às aulas de matemática.


Plantação em formato circular
Plantação em formato retangular.
É necessário superar a ideia de que a geometria se relaciona apenas com a utilização de figuras geométricas mas percebê-la perpassando nosso fazer cotidiano, a natureza, nossas construções, nossa movimentação e localização no espaço. O Caderno de Geometria do PNAIC chama muito a atenção para o vocabulário utilizado pelo professor, um exemplo que consideramos muito significativo foi a uitlização das palavras figura e formato, no lugar de “forma” das figuras geométricas, porque em geometria a palavra “forma” é um tipo especial de relação que há entre figuras semelhantes. No caderno de Geometria os autores exemplificam esse tipo situação afirmando que é correto dizer “forma quadrada”, pois todos os quadrados são semelhantes entre si, mas é incorreto “forma retangular”, pois nem todos os retângulos são semelhantes. Assim falar em “figura retangular” ou “formato retangular” é mais aceitável e evita incorrer em erro matemático.
Outro aspecto que os autores do caderno de geometria consideraram importante evidenciar, e com o qual concordamos, é que enquanto professores temos que ir corrigindo nossas colocações e nosso vocabulário nas aulas de matemática, mas esse aspecto não deve ser levado em conta nas avaliações ou gerar algum tipo de punição à criança que falar ou escrever forma retangular no lugar de formato retangular.
Ainda refletindo sobre a geometria e suas possibilidades, Dora citou as colmeias como exemplo para pensar a natureza e as figuras geométricas e a Alessandra lembrou que as figuras circulares e esferas são pouco exploradas em sala de aula.

Outra abordagem pouco explorada e que pode gerar inúmeras possibilidades é a “Simetria”.
Conversamos sobre a importância da consciência que o professor precisa ter, sobre o vocabulário geométrico que emprega, mas que este pressuposto serve ao educador. As crianças, em especial na educação infantil e séries iniciais, podem ser inseridas de uma maneira mais “natural” e negociada sobre o vocabulário que utilizam.
Achamos muito interessante a atividade relatada na página 16, do caderno 05, por percebermos a abertura às crianças para diferentes caminhos na resolução do problema, sendo uma proposta de caráter mais investigativo. A atividade sugere a utilização de palitos para a representação de triângulos.
Desta forma, a criança é questionada se é possível montar um triângulo com três palitos de tamanhos diferentes. Ao participar deste processo as crianças levantam várias hipóteses e são inseridas assim, num processo de investigação que permite explorar as características dos triângulos. Lembrando que um triângulo somente poderá ser construído se qualquer um dos lados for menor que a soma dos outros dois.
O grupo pensou que seria interessante desenvolver a proposta de investigação sobre a representação do triângulo com canudinhos com nossas turmas, pois poderemos depois compartilhar e analisar como, nos diversos níveis que trabalhamos, serão as respostas e elaborações dos estudantes. Esta proposta foi aceita por todos que estavam presentes e será socializada no próximo encontro.
Dora e Alessandra pensaram que seria interessante acrescentar às figuras do Meli-Melô, outros tipos de triângulo e outras figuras como o retângulo e círculo e propor uma exploração relacionada a classificação às crianças. E registrar as respostas que a turma irá dar para a classificação adotada.
Acreditamos que as duas propostas de exploração poderão contribuir para estimular a compreensão acerca das figuras geométricas, já que notamos a necessidade de oferecer maior variedade de figuras geométricas e explorá-las em seus diversos tipos (exemplo do triângulo), cores e posições.
