35º Encontro - Relatos de Atividades sobre Tratamento da Informação
Data: 13/04/2016
Participantes: Alessandra, Cibele, Diego, Dora, Graça, Karina Fernandes, Karina Calça, Laís, Marina, Melina, Paula, Rita e Tamires.
Nesse dia, antes de iniciarmos o encontro propriamente dito tivemos a felicidade de receber a nossa querida Joelma, acompanhada de sua mãe, trazendo os bebês Mia e Lucca para conhecermos pessoalmente. Depois de conversarmos um pouco e de nossa interação com os lindos bebês, Joelma precisou retornar para sua casa, pois estava no momento das crianças dormirem. Um momento muito feliz do nosso dia, já estamos aguardando a próxima visita (Alessandra).
O nosso encontro dessa quarta-feira começou com a apresentação de 3 novas integrantes que vieram à convite da Alessandra: Paula, Marina e Melina. Foram apresentados à elas os demais integrantes e a proposta do nosso grupo.
Após isso, retomamos alguns pontos sobre o texto discutido no 34º encontro sobre estatística (texto da Celi Lopes).
Como havíamos decidido, foram realizadas atividades relacionadas a estatística com as crianças a partir dos textos estudados no grupo para que fossem socializadas as experiências nesse encontro. Demos início aos relatos com a atividade desenvolvida pela Cibele, com a sua turma de Agrupamento 3, da Educação Infantil (crianças de 4 e 5 anos).
Ela trouxe uma vídeo-filmagem onde apareciam as crianças realizando, com o auxílio da professora, uma votação para a escolha do mascote da turma, por meio do tema “animais do fundo do mar”. Esse animais que estavam para a escolha no dia da eleição, haviam sido sugeridos anteriormente pelos familiares das criança e por indicações das próprias crianças em sala.
Para votação foi feito um gráfico em um painel de papel craft e cartolina onde as crianças colavam um “quadradinho” na coluna da figura do animal que ela gostaria que fosse o mascote da sala.
Nosso grupo chamou a atenção para o fato de cada criança escolher um animal, evitando repetir o animal já escolhido. Nesse momento, as crianças talvez ainda não tenham entendido que o animal escolhido mais vezes seria o eleito. Cibele esclareceu que ao longo da atividade explicou às crianças que poderiam escolher o mesmo animal já indicado por outra criança, mas isso só ocorreu quando todos os animas já haviam sido escolhidos. O animal que venceu a votação na sala foi o peixe palhaço. Após a apresentação Dora questionou o que poderia ser feito para que as crianças pudessem perceber que poderiam escolher o mesmo animal. Eu (Alessandra) comentei que se houvesse figuras com desenhos dos animais “candidatos” em número suficiente para que cada criança selecionar o que mais gostasse, elas poderiam evitar escolher um animal já selecionado pelo colega. Essa situação rendeu uma boa conversa sobre as possibilidades de práticas com esse tipo de atividade.
Dora explicou que existem autores que diferenciam gráfico de colunas e gráfico de barras. Nessa perspectiva, eu Alessandra considero relevante apresentar alguns modelos que podem exemplificar essa questão. No gráfico de barras os dados são sistematizados em conjuntos de barras horizontais, como o apresentado a seguir:
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/tipos-graficos.htm
Já nos gráficos de colunas os dados são apresentados em colunas verticais.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/tipos-graficos.htm
Entretanto, há autores que chamam ambos os exemplos de gráfico de barras, salientando que as barras que formam esses gráficos podem ser dispostas horizontal ou verticalmente. Na construção desses tipos de gráfico é importante considerarmos que:
Geralmente, [esse tipo de gráfico] é utilizado quando os dados da pesquisa são discretos (dados enumeráveis que podemos contar um a um; por exemplo, o número de irmãos, o número de livros lidos durante o ano, númerodo sapato das pessoas, o número de animais de estimação etc.).
[...] em todos os gráficos, há um eixo vertical e um eixo horizontal. Em um eixo, lemos a frequência de cada um dos dados, e no outro, a variável que estamos estudando. Podemos observar que os gráficos em barras permitem comparar rapidamente os dados obtidos nos estudos realizados com diferentes variáveis. As variáveis pesquisadas podem ser numéricas ou quantitativas (número de sapatos, número de irmãos) e não-numéricas ou qualitativas (sorvete preferido, esporte predileto) (SÃO PAULO, 2012, p. 38).
O que Cibele havia feito era o gráfico de coluna. Para finalizar, Cibele apresentou os desenhos livres que as crianças fizeram antes da atividade anterior, sem explicação prévia sobre gráficos e suas características. As folhas para o desenho continham linhas cruzadas (eixos de um plano cartesiano) da base de um gráfico onde as crianças puderam ter um primeiro contato com esse recurso. Cibele comentou que pretende disponibilizar esse mesmo material para que as crianças façam o registro após a discussão do gráfico.
Demos sequências às apresentações com Tamires que narrou a atividade de pesquisa que ela realizou com sua turma de 3º ano do Ensino Fundamental sobre crianças que tiveram dengue e crianças que não tiveram dengue. Ela apresentou o cartaz elaborado pelos alunos com o gráfico de coluna apresentando os dados, dividindo ainda entre meninos e meninas com dengue e sem dengue. A turma envolveu nessa pesquisa as crianças de toda a escola.
Foi destaque o envolvimento das crianças da turma com o levantamento de todas as crianças da turma da manhã da escola, inclusive as que faltaram, perguntando-as no dia seguinte se já tiveram dengue ou não. Isso caracteriza a preocupação da realização da coleta de dados, que poderia ser caracterizado como um censo na escola na turma da manhã. Ressaltamos que depois de todo cuidado na coleta das informações, a Tamires poderia conversar com as crianças sobre um levantamento censitário e amostral, esclarecendo que eles fizeram um censo com a turma da manhã, pois envolveram todos os alunos (toda população) nessa pesquisa. Acreditamos que mesmo as crianças sendo muito novas, depois de todos trabalho realizado nessa atividade, pela experiência que tiveram elas compreenderiam a noção de censo e amostra, e poderiam realizar outras atividades com amostra para exemplificar.
Rita deu prosseguimento às apresentações das atividades relatando o que foi desenvolvido na sua turma de Jardim 2 (crianças de 5 anos).
Ela iniciou apresentando às crianças cartelas com diversos animais e lançando a seguinte pergunta para elas: “Que animal vocês gostariam de ter na escola?”. Ela relatou para o nosso grupo sua inquietação com relação à real questão que ela gostaria que os alunos respondessem que era qual o animal que elas indicariam que era possível de ter na escola.
Foi feita uma eleição em um primeiro gráfico na lousa com diversos animais sugeridos pelas crianças, para que depois fosse feito um segundo gráfico, dessa vez com 5 dos animais mais votados no outro gráfico. Esse segundo foi feito em um cartaz com colunas. Na segunda votação, houve uma surpresa: a maioria das crianças escolheram o tubarão como animal que eles queriam ter na escola. Posteriormente, diante da reivindicação dos alunos em realmente quererem ter um tubarão na escola, a professora levou os alunos a refletirem sobre as dificuldades de se ter tal animal no ambiente escolar.
No entanto, depois dessa explicação, Rita fez um gráfico de setor onde as crianças escolheriam o animal pela cor que o representasse no círculo, dentre aqueles mesmos 5 animais. Sendo assim, o peixe Beta ganhou.
Dora ressaltou a importância de se priorizar o uso de gráficos de barras e colunas em detrimento do de setor, especialmente porque esse tipo de gráfico requer a compreensão de porcentagem e não de contagem de unidades. Muitos professores do grupo concordaram, afirmando que a elaboração e a compreensão desse tipo de gráfico para a idade dessas crianças pode trazer algumas dificuldades. Rita evidenciou que sua intenção era mostrar um outro modo de tratar os dados, além daqueles gráficos usualmente utilizados por ela em sala. Alessandra comentou que um modo de explorar esse gráfico que já havia sido produzido seria conversar sobre os termos “a maior parte das crianças” escolheram o peixe beta, não focando nas quantidades unitárias.
Na Sequência, eu, Alessandra, apresento, para ilustrar apresento um gráfico de setores que consta num Caderno de Formação de Professores vinculado à Univesp/Unesp.
Fonte: Caderno de Formação de Professores - Bloco 02 - Didática dos Conteúdos - volume 7, p. 40
Alessandra, se referindo ao questionamento inicial (“Que animal vocês gostariam de ter na escola?”), comentou sobre aspectos do totalmente possível e impossível, dizendo que poderia discutir mais provável, pouco provável, entre outros e sugeriu outras possibilidades de instigar uma problemática, como “Quais animais você encontra no caminho de sua casa até escola?” “ O que é mais fácil de encontrar, um gato ou um gato preto? ou “Quais frutas você encontra quando vai na feira?”, “O que é mais fácil de encontrar maçã ou graviola? “O que é impossível de encontrar? . É importante que os questionamentos sejam o mais próximo possível do cotidiano das crianças. Desse modo, tanto a atividade fará mais sentido para a criança quanto evitará escolhas do tipo ter um tubarão na escola. Todas as apresentações foram muito interessantes e mobilizaram muitas discussões sobre o trabalho com estatística, combinatória e probabilidades com crianças na educação infantil e anos iniciais do EF.
Como o encontro já estava no final, deixamos os relatos do Daniel e da Karina Fernandes para o próximo.
*Este relato foi direcionado pelo professor Diego.


