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36º Encontro - Crianças construindo gráficos?

Data: 27/04/2016

Presentes: Dora, Daniel, Diego, Alessandra, Graça, Karina Fernandes, Karina Calça, Gislaine, Paula, Marina, Melina e Rosangela.

          Até o ano de 2007 participei do Grupo de Sábado GdS – UNICAMP. Experiência enriquecedora e que deixei por contingência do volume de trabalho que naquele ano assumi. Agora em 2016 estou retornando a um grupo, o GEProMAI, experiência que divido com professores que refletem sobre suas práticas, compartilham seus saberes e experiências sobre a Educação Matemática.

          No encontro do dia 27/04, Karina Fernandes e Daniel trouxeram o relato das atividades propostas em suas salas de aulas.

          Karina Fernandes comentou que realizou uma atividade aproveitando um passeio que as crianças fariam ao Bosque dos Jequitibás

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Bosque dos Jequitibás, criado na década de 1880, é um parque localizado na Região Central da cidade de Campinas, sendo uma das maiores e mais antigas áreas de lazer da cidade, com aproximadamente 1 milhão de visitantes por ano.

 

 

 

           

 

          Antes do passeio, Karina perguntou a seus alunos: - Quais animais poderíamos encontrar no Bosque dos Jequitibás? Sentados em roda, solicitou que falassem e num segundo momento que desenhassem os animais que poderiam ser encontrados no Bosque e os que não poderiam ser encontrados lá.

          Comentou que pensa, hoje, em fazer uma pergunta diferente: Qual animal seria possível encontrar? Alessandra sugeriu: - Qual animal seria mais provável de ser encontrado?

          No retorno do bosque os alunos de Karina anotaram os animais (citaram muitos). Karina pediu então que os alunos apontassem quais os animais que haviam mais gostado.

          Foram aparecendo as respostas:

- Gostei mais da Lontra.

Foram marcando no cartaz.

A primeira marcação foi com a primeira letra e uma das crianças apontou o Hipopótamo por que era a que tinha mais anotações.

Outra criança apontou uma Cotia .

Falaram dos animais que tinham apenas 1 voto.

Leoa – 1 voto

Coruja – nenhum

Gostaram da leoa por que ela estava deitada.

Uma criança completou: - A leoa teve 1 voto e estava deitada.

Num terceiro momento a professora Karina propôs a elaboração de um gráfico.

Vamos fazer um gráfico? Como montamos?

Karina comenta: peguei uma cartolina e fiz algumas linhas. Levei fotos de animais. Foram 11 animais.

Preenchendo o gráfico. Quantas escolhas – 4

- Não tem a coruja.

- Você não colocou todos por que não iria caber.

Outra criança disse que o animal que não aparecer é por que ninguém votou.

Relembramos o gráfico.

Quais animais a turma da Mônica mais gostou?

Foram 3 animais com 4 votos.

- Foi o hipopótamo por que teve mais votos.

2 alunos falaram da leoa.

-Qual tem mais votos, o hipopótamo ou a cotia? Perguntou Karina.

Uma criança disse que empatou.

Perguntou novamente  - qual o animal a turma tinha gostado mais?

Uma criança ainda respondeu que foi a leoa.

_ Qual a turma gostou menos?

_ Peixinho tem 1 voto.

- Aranha também tem 1.

Depois disso queriam falar do hipopótamo por que ele tem a boca grande e começaram a imitar o animal.

 

          A professora Karina foi questionada sobre o total de crianças da classe e as idades. - A classe tem um total de 27 crianças matriculadas. No dia do gráfico estavam presentes 22 e na visita ao bosque, 24 crianças. A idade varia de 3 a 5 anos. Alessandra comentou que talvez as perguntas poderiam ser do tipo: Gostou muito, Gostou pouco ou pouquinho.

          Eu, Alessandra me recordo que a Karina comentou também sobre a escolha do nome da turma desse ano, sendo este um procedimento adotado pelas escolas de Campinas. A cada ano as turmas das crianças recebem um nome, o qual é compreendido como uma “certa referência” para as atividades da turma. Nesse sentido ela explica como foi a escolha do nome Tuma da Mônica em 2016.    

         Por que Turma da Mônica? A Turma da Mônica fez a escolha do nome da turma. Eles tinham as possibilidades e foram colocando os nomes ao lado das escolhas.

         Foi confeccionada uma tabela. Foi colocado apenas a Mônica e o Cebolinha. Karina comenta que a maioria dos alunos conhece o Cebolinha e a Mônica, mas alguns não citam o nome “Cebolinha” e falam que ele é da turma da Mônica. Karina fez uma tabela: Utilizou papel vermelho para representar quando a criança não lembrou e verde quando a criança lembrou do nome das personagens.

 

         Daniel, turma do 2º. ano, contou que tentou seguir o texto Encontro das crianças com o acaso, as possibilidades, os gráficos e as tabelas, discutido no encontro anterior, e procurou trabalhar com as ideias de possível e impossível com relação aos animais.  

         Classificar os animais possíveis de serem criados na escola e impossíveis.

         Criamos algumas categorias: As crianças definiram, na lousa:

         Habitat  -  Porquê esse pode e o outro não pode?

         Alimentação, Clima

         Fizemos uma tabela de PODE/NÃO PODE

         Foram criados critérios mais objetivos

         Por exemplo: Unicórnio não vai aparecer por que não existe.

        Não apareceu nenhum que não existe. Apareceram primeiro os animais que poderiam ser criados na escola.

        Daniel explicou ainda que como critério um dos critérios estabelecidos foi a relação dos animais com as pessoas.

        Salientou que uma das crianças comentou: um tubarão poderia viver aqui por que não é ele que morde as pessoas, mas porque as pessoas que invadem o seu habitat. A pergunta poderia ser outra: - A relação dos homens com os animais.

        Dora apontou a importância da narrativa, da reflexão e discussão com o grupo, pois oportuniza a mudança de estratégia. O professor vai percebendo que poderia solicitar de outra maneira e que outros modelos poderiam produzir resultados diferentes.

        Na sequência Daniel continua apresentando seu trabalho com a turma: realizamos a análise dos animais que podiam e dos que não poderiam ser criados na escola

        Coloquei o tubarão. Alguns concordaram e outros não.

        Discutimos expressões, do tipo: Menos provável e Menos possível.

        Alguns alunos apontaram que o clima é favorável, mas não teríamos alimento.

        O Cauã perguntou:  – Se der ração vale ou ele precisa buscar o alimento?

        Precisaríamos criar critérios para a alimentação – precisa conseguir ou podemos fornecer?

        Quando Daniel comentou sobre seu aluno que disse que a relação seria do homem com o animal, e não do animal com o homem, porque os humanos invadem o habitat do animal, caçam, e por isso os animais os atacam. E ainda quando esse mesmo estudante questionou os critérios colocados, perguntando se a alimentação poderia ser fornecida pelo homem ao animal a ser criado na escola, ou se o animal deveria conquistar seu alimento sozinho, por exemplo, nós vamos dar ração para um cachorro ou gato? Ou o animal conquista seu alimento, como um pássaro que se alimenta dos frutos das árvores próximas da escola?  E na sequência explica que se o homem for alimentar podemos criar um animal qualquer, pode ser um lobo, desde que nós possamos dar carne para ele. Os comentários desse estudante e das  outras crianças trazidos pelo professor Daniel mobilizou uma ótima discussão no grupo sobre ética, questões que os professores fazem sem mobilizar um debate mais profundo, que muitas crianças tem ideias e saberes que às vezes desconhecemos e desconsideramos no cotidiano das aulas (Alessandra).

        Nesse sentido, destacamos a importância de se refletir sobre a ideologia das perguntas que se faz. Dora apontou que somos cheios de preconceitos e que devemos ter o cuidado de não reproduzi-los.

        Daniel comentou que vai sempre às reuniões, na escola,  a sua filha e já lhe foi perguntado; - Você não tem esposa?

        Comentou-se sobre nos avisos para os pais colocar o nome dos dois.

        Daniel ainda comentou que, como não apareceram bichos que não existiam, o trabalho foi bom, mas gostaria que tivesse aparecido um dinossauro. Afinal eles tem apenas 8 anos, seria bom ter aparecido.

        O grupo sugeriu que seria interessante se estimulasse os animais que não existem, por exemplo; o unicórnio.

         Para avaliar; os animais que poderiam seriam marcados de verde e os que não poderiam precisariam apenas de um critério vermelho.

 

Cachorro/Papagaio podiam

Jacaré – não podiam

Apareceu periquito também.

 

         Quando Daniel compartilhou sobre sua prática no grupo trazendo as ideias de possibilidades e probabilidades, eu Alessandra considero que ele, a partir de sua proposta nos mostrou o quanto as crianças têm condições de argumentar e comunicar suas ideias de modo claro, considero essencial que a argumentação e a comunicação façam parte do cotidiano das aulas de matemática.

 

          Karina Calça, apresentou um relato e uma proposta de uma atividade com crianças de Educação Infantil (3 a 5 anos). Ela comenta que na escola cada dois agrupamentos ficariam com uma região brasileira. Ficamos com Nordeste. Minha turma é: Boneco de Olinda. Karina Calça nos narra sua experiência.

 

Levei um livro – Linguagem matemática

Separo em quadros. Gosto de surpreender as crianças e gosto de fazer graça.

100 animais em extinção. As crianças não conhecem, mas sabem falar.

Apresento o livro, faço a explicação e mostro figura.

Agora, sempre fazemos gráfico. Não sabia, mas aprendi aqui com vocês.

50% das crianças não tem 4 anos.

Eu escolho as crianças que sentarão no grupo da atividade.

Como primeira animal a ser estudado escolhemos um tipo Borboleta, a partir do texto que explica que essa borboleta passa 30 dias no casulo.

Uma criança que fez 4 anos observou:

- As crianças foram falando – está empatado – foram contando. Aqui tem 8.

Foi a minha primeira vez com tabela e minha tabela estava bem ruim.

Combinamos que vamos estudar a borboleta e depois vamos para os empatados.

A professora continua sua narrativa oral trazendo os comentários das crianças sobre a escolha dos animais.

Não é Flamingo – é um pássaro

A Baleia Jubarte.

Mostrou os gráficos.

        Karina salienta ainda que é seu segundo ano de trabalho com crianças menores.

        Eu, Alessandra, considerei muito interessante a prática apresentada pela Profa. Karina Calça, e também os comentários que ela fez sobre o trabalho não apenas pelo aspecto da estatística com a sistematização das informações e das escolhas em um gráfico e sua exploração com as crianças, mas também por essa prática possibilitar uma participação ativa das crianças no planejamento da atividade, exercer o direito de escolha, respeitar a escolha e opinião dos colegas, respeitar o desejo da maioria, são atitudes importantes no trabalho da escola, e possibilitam um ambiente educacional mais democrático.

         Na sequência, Gislaine comenta sobre sua prática com crianças pequeninas, com idade entre um e dois anos.

 

Depois da leitura do livro da CELI resolvi pensar em algo para trabalhar com as crianças.

Selecionei o livro “Um tanto Perdida”.

É uma corujinha, as crianças adoram. Ela cai bate a cabeça e fica perdida. É ajudada por um sapo, por um urso e por outro animal.

Conto a história que a corujinha volta para perto de sua mãe e enquanto dormia.... No final do livro a corujinha volta para o alto da árvore e parece que vai cair novamente, então eu questiono o que acontece?

Ela vai cair ou não?

Ela Caiu?

As crianças maiores conseguiram dizer que ela não caiu por que a mãe não deixou. Diante das ideias das crianças estabeleci três categorias: a coruja cai; não cai  ou dai e bate a cabeça

Fiz desenhos com as 3 cenas e pedi às crianças que se dirigissem às cenas de acordo com o que acreditavam que iria acontecer.

Ana Beatriz ficou onde cai r bate a cabeça, que foi sua ideia desde o início.

Para as crianças menores foi uma brincadeira de andar pela sala.

        A professora trabalhou com hipóteses das crianças sobre o que iria acontecer.

        Gislaine comenta ainda que as crianças colocavam palitos para iniciar a construção do gráfico, mas não conseguimos terminar até este encontro e pretende continuar o trabalho.

        Com este relato encerramos o nosso encontro marcando o próximo para o dia 11/05/2016.


*Este relato foi direcionado pela professora Graça.

 

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