54º Encontro - Atividade "detonadora"
Data: 03/05/2017
Presentes: Carolina Spagnol, Karina Fernandes, Daniel, Alessandra, Tamires, Dora, Graça, Cibele, Gislaine, Paula, Marina.
Iniciamos o encontro retomando as práticas com as estimativas apresentadas anteriormente e relembrando que o combinado para a presente data seria a elaboração de uma atividade.
Qual atividade seria detonadora? Foi sugerido aproveitar as atividades e aplicar uma atividade de uma das colegas do grupo, em que foram apresentadas para as crianças três saquinhos diferentes para que estimassem a quantidade de objetos dentro deles.
Alessandra retomou a ideia de que na Educação Infantil é necessário trabalhar o conceito de número e a ideia de quantificação. Eu Alessandra comentei a esse respeito a partir das nossas leituras do texto “A criança e o número” de Constance Kamii, pois a autora salienta que o conceito do número seria um aspecto importante a ser considerado nessa etapa educacional. É importante evidenciar que o número precisa ser trabalhado considerando o contexto e as diferentes situações nas quais pode ser explorado, principalmente em jogos e brincadeiras, e não com a perspectiva de escrita e repetições de de algarismos e numerais sem qualquer significado para as crianças.
Dora afirmou que a ideia de onde tem mais e onde tem menos ainda é confusa na Educação Infantil, em especial para as crianças muito novas. Ela retomou a ideia de que se colocarmos dois conjuntos com as mesmas quantidades e objetos e em um deles alteramos a organização espacial colocando os objetos mais separados, algumas crianças compreendem que esse conjunto tem maior número de elementos (tem mais).
Foi sugerido pela Alessandra elaborar uma atividade a partir de situações-problema. Eu Alessandra considerei que poderíamos pensar em problemas com diferentes soluções ou ainda em problemas mais abertos sem resposta correta, a partir dos quais as crianças pudessem pensar e responder a partir de suas estratégias pessoais, mas precisariam explicar suas soluções. Tamires sugeriu o jogo de “Nunca 10” para que seja introduzido o entendimento de sistema decimal.
Carolina Spagnol relatou que costuma trabalhar com literatura dentro da Matemática para solucionar situações-problema e sugeriu a leitura dos livros “Poemas Problemas” de Renata Bueno e “Os problemas da família Gorgonzola” e “Problemas Borborildos”, ambos de Eva Furnari. Esses livros apresentam poemas, contos, ou uma história em que o leitor ou leitora passa por situações que exigem raciocínio lógico ou cálculo para compreensão da narrativa.
Alessandra recordou-se de uma pesquisa de mestrado que coloca problemas matemáticos no meio de contos de fadas, como contar quantos utensílios faltam para completar a mesa dos sete anões. Após as leituras a pesquisadora solicitou que as crianças elaborassem os problemas dentro das histórias, entretanto, os problemas criados pelas crianças não eram matemáticos e sim relacionados a dificuldades do cotidiano. Eu, Alessandra, me recordei desse texto “A matemática das crianças pequenas e a literatura infantil” (ZACARIAS, MORO, 2005) pelo fato de abordar os problemas matemáticos na Educação Infantil, pois nós professores trabalhamos com problemas ou situações-problema em diferentes etapas escolares, no entanto, para algumas crianças “problema” não tem relação com a matemática, e o texto comentado trata um pouco dessa questão. Trago aqui o link para acesso a esse texto, caso algum professor tenha curiosidade em conhecê-lo: http://www.scielo.br/pdf/er/n25/n25a16.pdf
O grupo demonstrou interesse em integrar literatura com problemas matemáticos. Ficou decidido que cada segmento elaboraria uma atividade, discutiríamos o problema proposto para a Educação Infantil e posteriormente o problema que seria aplicado para o Ensino fundamental.
Uma colega do grupo encontrou online o livro “Poemas Problemas” no site: https://pt.slideshare.net/CamilaRibeiro35/poemas-problemas e a Professora Dora fez a leitura dos poemas em voz alta. Alessandra apontou que no livro as situações-problema admitem uma única resposta correta e que seria interessante trabalharmos problemas que possuem mais de uma resposta.
Graça sugeriu problemas, com adaptações para diferentes idades, e que possibilitem o uso de diferentes estratégias para as resoluções.
1) A professora do 3º ano quer realizar uma atividade com seus alunos. Para isso ela precisa organizar os 24 alunos da turma em grupos com a mesma quantidade de alunos. Quantos grupos ela pode formar e quantos alunos devem ficar em cada grupo? 2) Theo tinha 25 figurinhas e dividiu entre dois amigos. Cada amigo recebeu o mesmo número de figurinhas e ainda sobrou resto. Mostre como ficou essa distribuição?
Já para a Educação Infantil foi proposto que seriam distribuídas sete figurinhas. Daniel considerou distribuir um número par de figurinhas e na comanda da atividade deve haver sobra após a divisão por grupos. Karina Fernandes verbalizou que preferia realizar o problema contextualizando-o com o nome da turma, que no caso dela é a “Turma dos Piratas”. Eu, Gislaine e a Karina Fernandes pensamos na seguinte situação-problema envolvendo nossas turmas de AGIII: “Um navio naufragou numa praia e os três piratas do navio ficaram com fome. Resolveram pescar. Quantos peixes eles precisam pescar para alimentar a todos?” A ideia é de que haja mais de uma resposta, supondo que as crianças respondam que apenas um pescou e dividiu com os outros, ou que todos pescaram um peixe cada, ou ainda, que pescaram muitos e sobraram peixes. Dora sugeriu parar a história no naufrágio e questionar: “O que os piratas fizeram?” “Na hora do almoço, o que eles comeram?” “Eles pescaram? Os peixes eram grandes ou pequenos? Deu para todo mundo?” Eu, Karina Mandaji,amei as sugestões de atividades! Vou adaptar a sugestão da Ka Fernandes e Gi!!! Conto tudo na quarta feira!!
No vídeo “Menino, quem foi seu mestre?”, sugerido pela Dora, as crianças necessitam solucionar situações-problema com bichinhos de brinquedo no parque da escola, levando uma quantidade de objetos até o local e voltando com outra quantidade.
Cibele colocou sua dificuldade de trabalhar as propostas sugeridas com sua turma já que muitas crianças ainda não falam. Sua turma é composta por dezoito crianças com quase dois anos e dez com quase três. Ela acredita que as situações-problema para sua turma necessitam ser de estratégia, não matemáticos, em que solucionem situações do cotidiano, já que não responderão aos questionamentos. Foram sugeridas algumas estratégias para a Cibele com dinâmicas, como a de separar as turmas por um animal escolhido, classificando-os. A realidade das crianças pequeninas não é simples, toda proposta precisa utilizar o concreto e as atividades precisam chamar a atenção.
Alessandra sugeriu que as turmas de Ensino Fundamental podem usar alguns problemas do livro “Poemas Problemas”.
Após discussão concluiu-se as seguintes situações-problemas para aplicação:
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Ensino Fundamental: “A professora do 3º ano quer realizar uma atividade com seus alunos. para isso ela precisa organizar os 24 alunos da turma em grupos com a mesma quantidade de alunos. Quantos grupos ela pode formar e quantos alunos devem ficar em cada grupo?”
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Educação Infantil: “Theo tinha 25 figurinhas e dividiu entre dois amigos. cada amigo recebeu o mesmo número de figurinhas e ainda sobrou resto. Mostre como ficou essa distribuição.”
Eu Gislaine, Karina e outros professores da Educação Infantil comentamos que para nossas turmas iremos diminuir o número de figurinhas, caso façamos essa atividade, no entanto, para o próximo encontro tentaremos fazer a do naufrágio.
Na primeira proposta podemos adaptar o número para 12, 18 ou 24 de acordo com a faixa etária. Na segunda atividade é possível reduzir o número de figurinhas para a realidade da faixa etária.
No encontro do dia 17 de março, socializaremos as atividades aplicadas.
Encerramos nosso encontro marcando uma confraternização na casa da Professora Dora, no dia 27 de junho, com festa junina.
Este relato foi conduzido pela professora Carolina Spagnol.





