77º Encontro - Adição e subtração nos anos iniciais da Educação Básica
DATA: 22/08/2018
Presentes: Dora, Alessandra, Graça, Adriana, Diego, Daniel, Karina, Sabina.
O encontro desta quarta-feira foi divido em duas etapas: na primeira delas foi discutido o resumo do trabalho que a Adriana irá apresentar em outubro no Seminário da PUC cujo título é: “Desenvolvendo o cálculo mental desde a educação infantil”. Foram feitas algumas observações quanto às palavras utilizadas no resumo: algumas “nomenclaturas” específicas da Educação Infantil, a questão do tempo da atividade desenvolvida por ela e o objetivo a longo prazo deste trabalho. Discutimos também que o título do trabalho envolvendo o termo “cálculo mental” poderia causar estranheza em virtude do trabalho ser realizado na Educação Infantil e um trabalho interessante e importante como o que Adriana tem realizado, com fichas, tampinhas, comparações de quantidades, entre outros, poderia ser mal interpretado num contexto de evento. Somente a Adriana apresentou um resumo para ser analisado pelo grupo, e agradeceu as contribuições de todos (Alessandra).
Ainda se tratando da adição, conforme sugerido no encontro passado, o Diego apresentou uma atividade que realizou com os alunos de primeiro ano. A folha sulfite estava disposta de maneira horizontal dividida ao meio onde o Diego propôs duas situações-problema em cada folha envolvendo a adição onde o registro era “livre”, totalizando ao final 4 situações problema. Havia bastante espaço para as crianças registrarem suas ideias.
Abaixo seguem as situações-problema as quais apresentei (Diego) com o nome de “Desafios de Adição”. Ainda coloquei as letras no quadradinho azul para indicar, para os integrantes do GEProMAI, em quais ideias de adição - J-Juntar, R-Reunir e A-Acrescentar - citadas no texto que lemos que me embasei para problematizar com as crianças essas adições.







O “Desafio 4” deixei um ponto de interrogação para que pudéssemos discutir em grupo qual seria a ideia de adição que ele trazia. Discutimos um pouco sobre o enunciado e chegamos a conclusão de que seria a ideia de “Acrescentar”.
A diversidade de registros apresentada pelos alunos do Diego foi bem grande: alguns fizeram a operação utilizando o algoritmo, outros realizaram cálculo mental e ainda tiveram os que resolveram a operação e enfeitaram os números do resultado com corações e/ou desenhos variados.
Eu, Diego, sinto que isso se deu por causa da maneira como expliquei. Solicitei que eles utilizassem o espaço para buscar o resultado como quiserem, utilizando inclusive de desenhos. Alguns resolveram com cálculo mental mas enfeitaram bem a folha desenhando e colorindo os números do resultado. Esse aspecto chamou muito a atenção de todos no grupo, o que eles teriam compreendido como o papel dos desenhos para auxiliar na resolução dos problemas (Alessandra). Apenas alguns utilizaram de quantificação pictográfica para mostrar como fizeram a adição.
Para complementar, o Diego colocou um vídeo com os alunos realizando a atividade explicando seu raciocínio para a resolução daquelas situações problema. Eles utilizaram de diferentes jeitos para chegar a um resultado. Além do desenho, muitos utilizaram palitos de picolé disponibilizados pelo professor e até os próprios dedos das mãos. Ao explicar em vídeo, uma criança segurou uma quantidade de palitos de picolé com uma mão e outra quantidade com a outra mão e ao final fez o gesto de encostá-las para dizer que “juntou” as quantidades. Outros montaram o algoritmo utilizando os sinais corretos ou um “tracinho” (-) para separar os valores.
Os que fizeram cálculo mental, tiveram um pouco de dificuldades em explicar oralmente como chegaram em um resultado. Um dos alunos conseguiu explicar o jeito que ele fez: “Foi fácil somar 5 mais 4, professor! Eu sei que 5 mais 5 é 10...se eu tirar um fica 9!”.
Na segunda etapa do encontro continuamos com a leitura do texto : “As operações com números inteiros“, da autora Maria Auxiliadora B. A. Megid (2010), o qual já havíamos iniciada no último encontro. Houve uma grande discussão quanto às ideias de Juntar, Acrescentar e Reunir (Adição). A Alessandra cita que matematicamente essa diferenciação pode ser entendida pelo professor por meio da compreensão da ideia de conjuntos. Ao acrescentar trato de juntar mais alguma “coisa” da mesma “natureza”. Ex: Tenho 7 bonecas e comprei mais 3 bonecas. Com quantas fiquei?
Já ao reunir trato de juntar dois conjuntos distintos. Ex: Tenho 7 bonecas, 3 carrinhos e 2 bolas. Quantos brinquedos eu tenho?
Dora ressaltou que as crianças esperam um “padrão” vindo das situações problemas que envolvem a adição e, quando as crianças não encontram “as palavras chave” que procuram vêm sempre com a pergunta: “É conta de mais?”. É necessário romper esse padrão e incentivar as crianças a perceber as ideias embutidas lidando com outro vocabulário.
Vale ressaltar os sentidos da adição devem compor o conhecimento do professor, para que ele tenha condições de propor e explorar problemas envolvendo os diferentes sentidos em sala de aula. No entanto, essa diferenciação dos sentidos e a que se referem os termos “juntar, reunir e acrescentar” não devem ser colocados para os alunos como algo que eles devem saber, como por exemplo pedir para que alunos identifiquem se um problema é de juntar ou acrescentar. Esse conhecimento é específico do professor (Alessandra).
Começamos então a trabalhar com a subtração. Foi comentado no grupo que uma ideia pouco trabalhada na subtração é a comparação. Concluímos que a maioria concorda que as ideias da subtração (Subtrair/ Comparar/ Completar) são de mais fácil entendimento para o professor que as da adição. Discutimos que, nós professores, conseguimos perceber mais as diferenças entre os sentidos da subtração por serem mais explícitos que os da adição, no entanto a operação de subtração e a resolução dos problemas que envolvem essa operação são mais difíceis para os alunos. Nesse sentido, Kami (2002) evidencia que subtração é considerada uma operação menos natural para os alunos e, portanto, mais difícil que a adição.
Dora cita um vídeo que passava para as turmas de pedagogia : “Menino, quem foi seu mestre?”. Ela também sugere o uso do dominó até 9 para trabalhar a ideia de quanto falta/completar.
Para o próximo encontro ficou combinado de:
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Apresentar alguma prática em sala de aula utilizando a subtração;
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Concluir a leitura do texto e trabalhar multiplicação e divisão;
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Utilizar alguns recursos da sala para trabalhar multiplicação e divisão.
Relato conduzido pela professora Sabina.
REFERÊNCIAS
Kamii, C.; Housman, L. B. Crianças pequenas reinventam a aritmética: Implicações da teoria de Piaget. Porto Alegre: ArtMed, 2002.