Data: 05/11/2015
Presentes: Alessandra, Karina, Gislaine, Daniel, Luciana, Laís, Ana Paula e Dora.
Pessoas que justificaram a ausência: Tatiane, Rita, Joelma.
No encontro de hoje, socializamos a sequência didática que foi construída e planejada por todos os integrantes do grupo para os diferentes níveis de ensino sobre as figuras e os sólidos geométricos. Estávamos eufóricos para trocar as experiências da aplicação dessa sequência.
Laís inicia contando um pouco da experiência que tem vivido esse ano, apontando que sentiu falta da matemática na educação infantil. Relata ainda que vê muito trabalho com artes e letramento nesse nível de ensino e a matemática reduzida ao ensino dos numerais de 0 a 9. Com relação à geometria, constatou que as crianças sabiam pouco: quadrado e “circo” (círculo). O seu objetivo foi de ajudar na construção de conceitos, sair do senso comum.
Ela propôs a atividade para reconhecimento das figuras geométricas, fazendo a comparação com objetos da realidade. Quadrado: lados todos iguais, reconhecimento das mesinhas. Como ela chamou a atenção das crianças para os objetos da sala, algumas crianças começaram a observar tudo com mais cuidado e perguntaram se a porta do armário era um quadrado. Ela aproveitou esse momento com a turma para observarem e conversarem sobre as semelhanças e diferenças entre o quadrado e o retângulo. Inseriu a figura do triângulo chamando a atenção das crianças para “as pontas”, “as três pontas”. Pergunta desconcertante: tudo que tem três pontas dá para fazer um triângulo? Sabemos que nem sempre isso é possível. Sabemos que o triângulo é um polígono de três lados e três ângulos, soma dos seus ângulos internos é igual 180º. E ainda, cada lado do polígono deve ser menor que a soma dos outros dois.
Dora ressalta que no ensino fundamental os educadores não têm tanto receio de falar os conceitos. A questão dos números é muito forte, são muito trabalhados. Mas, será que sabem mesmo? Fomos colocados tão a prova da questão do cálculo que os outros conteúdos ficam à margem. Ela traz um complemento para a definição de triângulo: segmentos de retas unidos em três vértices.
Laís retoma seu relato com a proposta da confecção de trens por meio das figuras geométricas: estabelecer uma sequência, seguindo um modelo. Conta que na faixa etária em que atua, as crianças prestam muita atenção aos detalhes e uma das crianças insistia que os quadrados de tamanhos diferentes não estavam recortados todos certinhos. Esse comentário nos faz pensar em como as crianças de Educação Infantil são atenta aos detalhes (Alessandra).
Discutimos a estratégia de Laís de chamar a atenção das crianças para a parte da frente das figuras, deixando para outro momento, a discussão dos lados. Ela fez a proposta em pequenos grupos, conversando sobre a espacialidade nas folhas optando por não introduzir ainda a figura do trapézio.
Luciana relata uma brincadeira semelhante à do trem, de formar uma minhoca com os comandos: semelhante, igual, parecido, com atenção para espessura (fino e grosso), tamanhos, formatos e cores; roda e círculo. A professora utilizou os blocos lógicos para realizar as atividades, e comentou que as crianças de envolveram muito e conversaram sobre as peças, suas semelhanças e diferenças. (Alessandra).
Karina relatou que também fez a atividade do trem com sua turma e as crianças atentaram mais para cor e o formato. Nesse caso, elas queriam colocar as figuras no meio da composição e o combinado era colocar no final.
Gislaine comentou as atividades realizadas com as crianças um pouco menores. Utilizou a história do Pirata para envolver as crianças no universo dos sólidos geométricos, retomando algumas figuras geométricas já trabalhadas com as crianças da turma. Confeccionou uma caixa-baú e tirava cada figura ou sólido perguntando quem sabia o que era aquilo. Disse que sentiu-se insegura ao apresentar os sólidos e nomeá-los: isso é um cubo, ou uma pirâmide, ou ainda, um polígono de base trapezoidal. Dora disse que, apesar do nosso estranhamento, as crianças aprenderão o uso das palavras de acordo com o uso. Isso faz parte da ampliação do vocabulário das crianças e que não é preciso cobrar das crianças o nome correto dos sólidos, mas referir-se a eles de maneira correta.
Em seguida, Gislaine disponibilizou para as crianças uma caixa vazada com alguns sólidos (caixas de remédio, bolinha de plástico, pirâmides feitas de cartolina) para as crianças brincarem de encaixar. Num outro dia, ela fez ditado de figuras geométricas. Reuniu as crianças em pequenos grupos e um a um, disponibilizou uma folha sulfite e figuras de quadrados, triângulos, retângulos, trapézios e círculos de cores e tamanhos diferentes para as crianças colarem na folha, seguindo as instruções: no meio da folha, em cima, embaixo, do lado e do outro lado. A única dica era a figura do meio que foi colada com ajuda. Depois, cada uma colava à sua maneira, seguindo (ou não), as instruções. Foi algo muito produtivo para a professora que relatou o envolvimento das crianças e a importância de considerar suas hipóteses e visões de mundo. Por exemplo: uma criança entendeu que deveria colar ao lado a figura que estava em mãos, inclusive mostrando onde deveria colar, mas ela quis colar em outro lugar para ficar mais bonito.
Daniel apresentou a proposta para o terceiro ano. Prisma, paralelepípedo, cone, cilindro e pirâmide Desenho do norte, sul, leste e oeste. Todos conseguiram identificar o leste. Pontos importantes que foram discutidos com relação a espacialidade: onde é a base? Discutimos que se mudarmos a posição da pirâmide ela não se transforma em um poliedro ou sólido geométrico, pode ser observada de outra perspectiva. Nesse momento, surgiu uma dúvida para a definição da pirâmide: um prisma com um vértice oposto da base? Ficamos de procurar as definições de pirâmide e outras curiosidades sobre o sólido, pois a conversa se tornou interessante.
Daniel comentou também que um aluno descobriu que o cone rola ao redor do vértice, ao passo que o cilindro consegue rolar apenas para frente ou para trás, fazendo caminhos diferentes.
O grupo iniciou então, uma discussão sobre os por quês de algumas questões de geometria que são muito interessantes, e que estudamos pouco. Começamos conversar sobre a área de polígonos e poliedros, e como muitas vezes nos focamos nas fórmulas ou definições sem pensar no que realmente significam, e também como desenvolvemos pouco nosso pensamento geométrico. Um exemplo foi a conversa sobre área de polígonos e sólidos. Normalmente pensamos na área do triângulo como a medida da base vezes a medida da altura, dividido por 2, entretanto isso se aplica ao triângulo retângulo, outros necessitam de outras informações para obtermos essa medida.
Em seguida, discutimos algumas definições. O cubo é um prisma porque tem duas faces paralelas, suas seis faces são quadradas e iguais. Alguém relatou a experiência da construção de um cubo grande colocando vários outros menores para garantir a quantidade para formar o cubo.
Laís comentou que que utilizou alguns objetos que para que as crianças observassem o tamanho, pequeno, médio e grande. Em sua fala: iniciei perguntando para as crianças esse bloco (triângulo) é grande ou pequeno? Logo percebi - é grande com relação a quê? Comparado com o quê? Ela comenta sobre uma atitude muito comum, que muitas vezes estamos acostumados com os objetos e materiais e fazemos perguntas sem nos atentarmos para aspectos da matemática, como que medir é comparar.
Karina sugere que seria interessante registrar nossos deslizes, aquilo que falamos errado, não somente as falas interessantes das crianças e as perguntas bacanas que fazemos.
Alessandra finaliza dizendo ser muito interessante o trabalho da Laís e sugere que ela deixe mais peças para as crianças manipularem e colarem aleatoriamente, perguntando mais o que elas estão criando e o porquê. Finalizamos o encontro combinando o cronograma para os próximos encontros.
Cronograma de encontros
26-11 – Oficina de massinhas
03-12 – Fração ou continuidade de geometria ou confraternização ;)