55º Encontro - Vamos dividir?
Data: 17/05/2017
Presentes: Carolina, Priscila, Ester, Ana Carol, Dora, Graça, Diego, Daniel, Alessandra, Karina Mandaji.
A partir do que foi planejado no encontro anterior, iniciamos com apresentações das situações problemas propostas pelos professores em sala de aula.
Luciana começou mostrando o vídeo de seus alunos realizando uma divisão em grupos de três crianças que deveriam dividir 7 peças de dominó entre elas. Todos puderam perceber que os sentidos de igualdade e justiça estão muito presentes nas crianças, já que depois de dividirem as peças e perceberem que havia um colega com uma peça a mais do que os outros, logo tentavam organizar para que todos ficassem com a mesma quantia, deixando até de lado a peça que sobrou.
Alessandra contribuiu dizendo que seria interessante instigar as crianças a pensar outras possibilidades de divisão, porque geralmente na escola está imposto a noção de justiça de que tudo deve ser dividido em partes iguais. Eu Alessandra comentei que no dia-a-dia a necessidade de divisão ocorre não necessariamente em partes iguais, assim ao longo do tempo fica a impressão de que se utiliza a divisão ou mesmo outras operações apenas na escola.
Luciana comentou que ficou na dúvida se não seria muito complexo e confuso para as crianças a proposta de divisão em partes diferentes, por conta da idade delas (03 e 04 anos). Eu Alessandra comentei propor situações que ampliem as possibilidades de pensar é interessante, mas no entanto é importante observar a reação, o interesse e a compreensão que as crianças demonstram dessas situações.
Paula e Carol concordaram com Alessandra sobre a desvinculação da divisão somente em partes iguais, propondo então diversas possibilidades.
Diego acrescentou que o modo como propomos o problema para a criança pode influenciar sua resposta, pois elas levam muito ao pé da letra o que é falado.
Marina disse que acha difícil as crianças se desvincularem do senso de justiça, porque este encontra-se muito forte nelas e a Carol complementou lembrando que as crianças até esconderam a peça que sobrou como se fosse algo ruim\errado.


Em seguida Karina apresentou sua experiência com seus alunos. Iniciou a atividade com a contação da história Bruxa bruxa, venha à minha festa e a partir daí problematizou com algumas questões, como: Onde era a festa que as crianças estavam indo? As crianças responderam que era no Castelo e , então a professora continuou desenhando o castelo e uma árvore com quatro maçãs; propôs para que todos levassem a bruxa para festa, mas deveriam escolher um personagem e uma criança, depois a professora também desenhou esses novos personagens. Outra questão foi que cada um deveria levar alguma comida e qual seria a comida escolhida pela bruxa? Logo responderam que era a maçã e a professora questionou quantas eram e obteve como resposta que ela havia levado 3 maçãs, uma para cada um. Então ela pergunta novamente sobre o que a Chapeuzinho levaria sendo que sobrou apenas uma maçã na árvore e as crianças disseram que ela iria ao mercado para comprar mais comida-mesmo não querendo, pois o objetivo da proposta era que as crianças pensassem na divisão naturalmente para resolver a situação problema- a professora, aceitou a ideia e continuou seus questionamentos até que uma aluna disse que deveriam dividir a maçã em pedacinhos para cada um. Depois, as crianças registraram toda a história em forma de desenho.
Karina concluiu que as crianças maiores tiveram mais facilidade para entender como se deu o processo da situação problema, desenhando todo ele com a quantidade correta dos personagens e alimentos divididos e as crianças de três anos tiveram mais dificuldade para a compreensão. Karina percebeu, após reavaliar os registros das crianças após sua apresentação, que poderia ter pedido para as crianças indicarem no registro quantas frutas cada uma das personagens comeria, isso poderia ser feito no registro individual.
Daniel seguiu apresentando sobre a experiência de seus alunos com duas situações problema proposta no último encontro. Ele distribuiu as fichas que as crianças usaram para resolver os problemas, contendo diversas formas de resoluções realizadas por elas.
Dora também reforçou sobre a noção de justiça presente na escola e as várias possibilidades de dividir, sendo em partes iguais ou não.
Graça destacou em algumas fichas as habilidades de organização das crianças, Daniel brincou dizendo que há crianças com habilidades evoluídas e outras que ainda precisam ser desenvolvidas.
Durante a conversa sobre como foi desenvolvida as situações problema pelas alunas de Pedagogia, Graça comenta que no adulto está muito impregnado as fórmulas das operações, limitando a abertura para pensar em outras possibilidades de resolução.
Ana Carol aproveita e diz que tem dúvidas de quando apresentar para as crianças os algoritmos e Dora responde explicando que o algoritmo não deve ser o ponto de partida e sim o de chegada. Carol também complementa dizendo que a criança precisa estar madura para entender, pois o algoritmo é muito abstrato. Daniel expõe que as o algoritmo limita as várias maneiras de pensar como resolver tal situação.
Dora comenta a importância de conversar com os alunos sobre a estimativa, já que a utilizamos muito no nosso cotidiano e que muitas vezes as pessoas são oprimidas pela matemática por não fazerem o cálculo mental, caindo em algumas armadilhas.
Daniel apresenta uma duvida sobre a percepção das crianças, parece que para elas é mais elementar a divisão do que a subtração. Dora responde explicitando que tanto uma quanto a outra tem mais de um pensamento embutido nela. Graça diz que talvez seja porque na divisão as crianças distribuem entre seus pares e continuam vendo o que foi distribuído, já na subtração é algo que deveria sumir. Carol complementa expondo que seja sobre a linguagem que são apresentadas as operações; na divisão fica claro quando pede para distribuir e na subtração quando se pergunta quanto a mais e quanto a menos fica subentendido no seu enunciado.
Finalizado as discussões sobre as experiências apresentadas, organizamos o cronograma dos próximos encontros:
31/05 Leitura de 2 textos da profa. Celi sobre Insubordinação
1) Bolema
2) Zetetiké
21/06 participação com a Profa. Dra. Celi Lopes e convite para as turmas do 6 e 7 período da Pedagogia.
27/06 FESTA JUNINA NA CASA DA DORA
28/06 atividade de encerramento do semestre
Relato conduzido pela professora Priscila.


